Notas

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– Tenho me concentrado na escrita de um livrinho de divulgação de linguística, pensado para o público em geral, mas especialmente para o ensino médio. As introduções à linguística que circulam pelo país me soam todas entediantes e escritas para o universitário. O diletante não passaria do segundo parágrafo das nossas introduções mais vendidas. Minha ideia é contar um pouco da história da linguística e falar um pouco de suas áreas duras hoje, encarando a linguagem como um objeto científico. Vamos ver como me saio.

– Por conta disso vou dar um tempinho na ficção. Nas últimas semanas submergi na revisão de um romance que eu queria muito finalizar e acho que dei o meu melhor. Mudei o final, que não me satisfazia. E acho que agora estou um pouco mais feliz com ele, embora ainda não totalmente. Tem partes que eu gosto muito e outras nem tanto. Não sei ainda como tirar isso da gaveta. Acho que vai ser pela Amazon mesmo. Mandei a proposta para uma editora em 2015 e não fui respondido. Daí desanimei. Talvez devesse tentar de novo.

– Eu tinha começado um diário e meio que larguei mão. Minha última entrada foi em 25/05. Talvez porque a gente tenha vindo para a casa da minha sogra no interior, acho que eu saí um pouco do meu lugar, do que eu pensava para o diário, embora minha rotina tenha mudado pouco: escrevo pela manhã, leio à tarde e/ou ajudo a Gabriela com as tarefas da escola. Me exercito dia sim, dois não, dois sim, um não e assim vai. Embora fosse um diário, seria um diário ficcional, em que eu já previa que ia desistir dele algum momento.

– Estou relendo Memórias Póstumas. Eu já estava com vontade de reler desde o ano passado. Gosto muito do Machado e a prosa dele sempre me contamina de um jeito positivo. A argúcia, o olhar, a fluidez da prosa, a precisão com que faz comparações e alusões… sem falar na imaginação. O realismo foi a melhor coisa que lhe aconteceu, embora ele seja um autor que tem um apreço não desprezível pela fantasia e pelo absurdo (vide o alienista, o espelho etc.), a própria filosofia do Quincas Borba, que já aparece no Memórias, tem algo de absurdo. Não sei se entendi direito o que o Schwarz tinha em mente com a expressão ‘ideias fora do lugar’, mas o Quincas é um pouco isso, acho, o cara que bebe da filosofia europeia, quer criar algo próprio e o que sai é uma maçaroca. Deu nisso daí que vemos hoje: o brasileiro nacionalista se abraça na bandeira norte-americana e de Israel, que nos desprezam. Vai entender! Fora que é um livro que prova que não é preciso enredo nenhum pra se ter um livro bom: são as memórias de um morto, memórias de um cara que não fez patavina que preste na vida. Tem algum acontecimento de vulto? Alguma aventura? O próximo que a gente chega duma cena emocionante é quando o marido da Virgília aparece de surpresa na casinha onde os amantes se encontravam, obrigando Brás a se esconder.

– Revi Sonhos do Kurosawa (1990). O segmento sobre o van Gogh é ainda um dos meus favoritos. O último também. Como ele aproveita os espaços e as cores da natureza! E pensar que o medo dele era a energia nuclear!

– Antes que eu me esqueça. Dêem uma força. O livro tá baratíssimo ou pode ser lido de graça no Unlimited.

Anotações

– Queria escrever alguma coisa sobre o Rubem Fonseca. Gosto de muitos escritores e ele certamente está no meu panteão particular. Quis ser como ele um dia: usar a linguagem como ele usa, narrar como ele narra. Ele tem um tipo de intimidade com a literatura, é uma intimidade… sabe a intimidade que a gente tem com uma mulher com quem dorme faz muito tempo? Parece um pouco isso.

Disseram que seus últimos livros não tinham a mesma força dos primeiros e que ele imitava a si mesmo. (não dizem algo parecido do Dalton Trevisan?) Enfim, não li os últimos livros dele. Comprei Carne Crua (2018), mas não li ainda.

Peguei para reler Histórias de Amor e já me deu vontade de reler outros e mesmo ler o que ainda não li.

– Mas isso tudo é daquele jeito. Rascunhei um textinho pra publicar aqui. Mas eu queria falar também do livro do Chico Buarque, Essa Gente. Gostei, mas não achei tudo aquilo. É bom? É, claro que é. Mas gostei mais do estilo, da opção pelo diário e cartas. O narrador me pareceu só um burguês desocupado que virou escritor e agora tá em crise e não sabe o que fazer da própria vida. Ou seja…

– Comecei a rascunhar várias ficções. Vamos ver o que minha gaveta vai achar delas. Mais uma certamente para se unir com as outras 4 novelas que estão por lá juntar poeira de nuvem digital.

– Eu tenho dificuldade com finais. Não gosto dos meus finais.

– Estou cansado do confinamento. Em algum momento era a vontade de sair, andar no parque, correr na rua. Agora nem sei mais o que é. Só saudade de sair de casa, ir pra universidade, dar aula, falar bobagem. Eu até estava todo animado, indo trabalhar de bicicleta…

– Não tenho funcionado direito. Estou com dificuldade para me concentrar em qualquer tipo de leitura que me exija um pouco mais de atenção. Li um artigo de semântica ontem e o texto nem era complicado, eu só não conseguia me concentrar. Hoje comecei a ler outro. Mesma coisa. Vou ter que reler os dois. E treler, certamente.

– Isso me frusta e cansa, claro. Ando sem paciência também para ajudar a Gabriela com as tarefas da escola. Queria ser mais paciente.

– Meus horários foram pro espaço. Segunda-feira deitei meia-noite e meia na cama. Fui dormir de fato quase uma hora depois. Trabalhe à noite, dizem vocês! Mas a noite, embora silenciosa, está cheia de distrações. E não dá pra dormir tarde e acordar tarde, porque as meninas dormem cedo, acordam cedo e precisam almoçar no horário.

– Comecei a ver ontem A última dança, um seriado-documentário sobre o Michael Jordan e aquele time inesquecível do Chicago Bulls nos anos 1990 (Netflix). Vejam. Ainda bem que estão lançando aos poucos (só 2 eps. agora), senão eu teria maratonado. Fui dormir 1:30 ontem de novo por conta disso.

– Me deu uma saudade de Chicago, a propósito.

Linguagem e linguística na web

(atualizado em 05/09/2019)

Já comentei aqui que temos poucos lugares na web que tratam de linguagem e linguística de um ponto de vista científico. Por outro lado, se você quiser aprender a diferença entre emigrar e imigrar, vai achar sites e blogues aos montes te ensinando a diferença.

Abaixo compilei uma lista de alguns desses lugares, pelo menos daqueles que conheço e acesso frequentemente (ou pelo menos tento). Se vocês conhecem outros, por favor, me avisem nos comentários e aos poucos vou melhorando essa lista. [atualizado em 22/04/2019]

Blogues e sites

– Sírio Possenti (Unicamp) escreve com frequência para o site Rede Brasil Atual. https://www.redebrasilatual.com.br/blogs/dito-e-feito

– Blogs Unicamp: é uma iniciativa de divulgação científica da Universidade Estadual de Campinas. Tem textos de todas as áreas. Para encontrar os textos de Linguística é só clicar na nuvem de tags nos termos ‘linguística’ e ‘linguagem’. https://www.blogs.unicamp.br/

– Roseta: revista de divulgação científica em Linguística. É uma iniciativa recente da Associação Brasileira de Linguística (ABRALIN). Está engatinhando. Espero que a comunidade de linguistas brasileiros abrace a ideia e mandem textos. http://www.roseta.org.br/pt/

– O programa linguisticalista:  https://oprogramalinguisticalista.wordpress.com/ (pouca frequência de atualização)

– Letronomia: http://letronomia.blogspot.com/ (pouca frequência de atualização)

– Linguística de Boteco: https://linguisticadeboteco.home.blog/

Páginas no Facebook

https://www.facebook.com/letronomia/

https://www.facebook.com/linguisticadocotidiano/

 

Em inglês

Superlinguo: https://www.superlinguo.com/

Esse blogue postou recentemente uma lista parecida com a minha com fontes de sites, blogues e podcasts sobre linguagem e linguística em inglês.

Babel: https://babelzine.co.uk/

Revista de divulgação científica em linguística. É paga, mas tem um exemplar grátis para degustação no site.

Canais da Parábola: A Editora Parábola, uma das principais editoras da área de Linguística no país, possui um blogue e um canal no Youtube.

https://www.parabolablog.com.br/

https://www.youtube.com/channel/UCAEh1aERhPpBtM4MMnvPFGA

 

Canais no Youtube

Enchendo Linguística: https://www.youtube.com/channel/UCB-6vpF2TxHJE7gQ3fktzVw/featured (infelizmente eles fizeram poucos vídeos).

Planeta Língua: canal de Aldo Bizzocchi. (O canal tem sido atualizado com frequência)

https://www.youtube.com/channel/UCq4W_eaAREOOz0uvz4wIfZA

Jana Viscardi: https://www.youtube.com/channel/UC9h2vDtQXEiD0O4aVubsYYA

Academia Brasileira de Letras

https://www.youtube.com/channel/UCt5H6DFGPM5ZW3vZuOIhlTA

A grande maioria dos videos são palestras gravadas com convidados ou acadêmicos falando sobre literatura. Há algumas sobre língua e gramática, como a do José Carlos Azeredo e a do Ricardo Cavaliere (há duas) e uma com o Evanildo Bechara.

The Ling Space: https://www.youtube.com/user/thelingspace/featured (em inglês, sobre linguística em geral)

Sacha: https://www.youtube.com/user/sashyenkaUS/featured (em inglês, mas que trata de língua portuguesa)

Podcasts

Lingthusiasm: https://lingthusiasm.com/ (em inglês)

O Anticast fez um episódio tratando de palavrões: http://anticast.com.br/tag/linguistica/

Língua Livre: https://soundcloud.com/lingualivre (Primeira iniciativa de um podcast sobre linguagem e linguística. Só tem um episódio por enquanto.)

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Música, discos-voadores e aliens

Ando vendo Arquivo-X, e daí me dei conta de como há músicas que falam de discos-voadores e alienígenas. Segue uma listinha, meu top 10:

1 – David Bowie – Starman

2 – Raul Seixas – SOS

3 – Caetano Veloso – London, London

4 – Zé Ramalho –  Esses discos voadores me preocupam demais

5 – David Bowie –  Space oddity

6 – Killers – Spaceman

7 -Rita Lee – Disco-voador

8 -Ramones – Zero Zero UFO

9 – Jefferson Airplane – Have you seen the saucers?

10 – Jacó e Jacozinho  – Disco-voador (quem disse que caipira não gosta de ETs também?)

Menção honrosa: Jimi Hendrix “Up from the skies”, a 8 e a 10 achei no google por acaso.